Espírito de Profecia

A “Grande Bíblia”

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A história de Ellen White segurando uma grande Bíblia é fato ou ficção?

No início de 1845, enquanto estava em uma visão na casa de seus pais em Portland, Maine, Ellen Harmon (mais tarde White), então com 17 anos, tomou a grande Bíblia da família e a segurou com seu braço esquerdo estendido por cerca de 20 a 30 minutos. A história foi documentada por J. N. Loughborough, que entrevistou as pessoas que testemunharam a visão, incluindo o pai, a mãe e a irmã de Ellen. A Bíblia (em exposição no White Estate) pesa 8 quilos e foi impressa por Joseph Teal em 1822. William C. White, o filho de Ellen White, também relatou ter ouvido o incidente de seus pais. Há outros relatos de Ellen White segurando grandes Bíblias enquanto em visão, incluindo o de uma testemunha ocular, impresso em Spiritual Gifts, vol. 2, p. 77-79.

Tais experiências não deveriam ser consideradas prova de inspiração divina, já que os profetas devem satisfazer aos testes apresentados nas Escrituras; mas esta experiência, assim como outros fenômenos físicos notáveis, eram vistos por muitos dos primeiros adventistas como evidência de que as visões de Ellen Harmon eram de origem sobrenatural.

Leitores superficiais de uma discussão de 1919 a respeito da “grande Bíblia” concluíram erradamente que o presidente da Associação Geral, A. G. Daniells, questionou a historicidade do incidente. Eles não compreenderam o ponto de vista de Daniells, que ele esclareceu quando lhe perguntaram se estava duvidando do milagre ou declarando que ele não usaria tais manifestações como uma “prova” de inspiração. Ele respondeu: “Não, eu não descreio nem duvido deles; mas eles não são o tipo de evidência que eu usaria com estudantes ou com descrentes…. Não os questiono, mas não acho que eles são o melhor tipo de prova para se apresentar” – (Minutes of the Bible and History Teachers’ Council, 30 de julho de 1919, p. 2341-2344, 2360-2362).

Fatos interessantes

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[asks q="Quantos livros e artigos Ellen White escreveu?"]

À época de sua morte as produções literárias de Ellen White totalizavam aproximadamente 100.000 páginas: 24 livros em circulação; dois manuscritos de livros prontos para publicação; 5.000 artigos em periódicos da igreja; mais de 200 tratados e panfletos; aproximadamente 35.000 páginas datilografadas de documentos e cartas manuscritas; 2.000 cartas escritas à mão e diários, que resultaram, quando copiados, em outras 15.000 páginas datilografadas. As compilações dos escritos de Ellen White feitas após a sua morte totalizam um número de livros em circulação de mais de 130.

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[asks q="Ellen White era uma plagiarista?"]

Ellen White frequentemente fazia uso de fontes literárias para comunicar suas mensagens. Na Introdução de um dos seus livros mais populares ela escreveu:

“Em alguns casos em que algum historiador agrupou os fatos de tal modo a proporcionar, em breve, uma visão compreensiva do assunto, ou resumiu convenientemente os pormenores, suas palavras foram citadas textualmente; nalguns outros casos, porém, não se nomeou o autor, visto como as transcrições não são feitas com o propósito de citar aquele escritor como autoridade, mas porque sua declaração provê uma apresentação do assunto, pronta e positiva. Narrando a experiência e perspectivas dos que levam avante a obra da Reforma em nosso próprio tempo, fez-se uso semelhante de suas obras publicadas” (O Grande Conflito, p. 13 e 14).

O uso de outros autores por Ellen White não era limitado a material histórico ou geográfico, mas incluía outras áreas de conhecimento.

Em 1980 o Dr. Fred Veltman, naquela época diretor do Departamento de Religião do Pacific Union College, empreendeu uma análise detalhada do uso de fontes literárias por Ellen White em seu livro O Desejado de Todas as Nações, um estudo que levou oito anos para ser completado. As cópias do relatório completo de 2.561 páginas foram distribuídas às bibliotecas das faculdades e universidades adventistas em todo o mundo.

Os críticos acusaram Ellen White de plágio porque ela incluiu tais seleções de outros autores em seus escritos. Mas o mero uso da linguagem de outro não constitui roubo literário, como observou o advogado Vincent L. Ramik, especialista em casos envolvendo patente, marca registrada, e direitos autorais. Depois de pesquisar cerca de 1.000 casos sobre direitos autorais na história da justiça americana, Ramik escreveu um parecer legal de 27 páginas no qual ele concluiu que “Ellen White não foi uma plagiarista, e seus trabalhos não constituíram infração de direitos autorais/pirataria”. Ramik salienta vários fatores que os críticos dos escritos de Ellen White deixaram de levar em consideração ao acusá-la de roubo ou fraude literária. 1) As citações escolhidas por ela “permaneceram dentro dos limites legais de ‘uso legítimo’”. 2) “Ellen White usou os escritos de outros; mas da maneira em que ela os usou, ela os tornou singularmente seus” – adaptando as citações a sua própria estrutura literária. 3) Ellen White insistia com seus leitores que adquirissem alguns dos próprios livros dos quais ela fez uso – demonstrando que ela não tentou ocultar o fato de ter usado fontes literárias, e que ela não teve intenção de defraudar ou suplantar as obras de qualquer outro autor.

Ellen White “não copiou por atacado nem indiscriminadamente. O que ela selecionou ou não selecionou, e como alterou o que selecionou” revela que ela usou fontes literárias para “ampliar ou declarar mais energicamente seus próprios temas transcendentes; ela foi mestra, e não escrava, de suas fontes” (Herbert E. Douglas, Mensageira do Senhor, p. 461).

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[asks q="Em que Ellen White acreditava a respeito da Divindade?"]

Ellen White nunca usou o termo “trindade” (nos originais em inglês), embora ela se referisse às “três pessoas vivas pertencentes ao trio celestial” (Evangelism, p. 615). Ela acreditava na completa divindade de Cristo, afirmando que “Cristo era essencialmente Deus, no sentido mais completo. Ele estava com Deus desde a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre” (Review and Herald, 5 de abril de 1906). Ela também se referiu ao Espírito Santo como “a terceira pessoa da Divindade” (The Desire of Ages, p. 671). Seus comentários, como estão reunidos em Evangelism, nas páginas 613-617, sugerem que ela acreditava que as Escrituras ensinavam a existência de três pessoas divinas co-eternas.

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[asks q="Ellen White acreditava que o Espírito Santo é uma pessoa divina?"]

Sim, mas às vezes ela usava o pronome neutro “it” (em inglês) quando se referia ao Espírito Santo. Várias declarações a respeito da personalidade do Espírito Santo estão reunidas em Evangelism, páginas 616 e 617. Em 1906, por exemplo, ela escreveu: “O Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus. ‘Por que, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus’” [I Coríntios 2:11] (Evangelism, p. 617).

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[asks q="Ellen White acreditava que a terra tem cerca de 6.000 anos?"]

Sim, pois ela rejeitou a ideia de que “o mundo tem dezenas de milhares de anos”. Ela aceitava o registro bíblico de que a criação levou sete dias literais de 24 horas, acreditando que o mundo “tem agora apenas cerca de seis mil anos de idade” (The Spirit of Prophecy, vol. 1, p. 87). Quando Ellen White disse que lhe foi mostrado em visão que a semana da criação consistia de sete dias literais (ibid., p. 85), ela não afirmou ter recebido qualquer revelação especial a respeito da idade específica da Terra.

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[asks q="Ellen G. White ensinava que Jesus voltará no começo do sétimo milênio?"]

Ellen White acreditava que a idade da Terra era de aproximadamente seis mil anos. (Veja a questão acima, “A idade da Terra”.) Ela também esperava ver Jesus retornar em seus dias. Portanto, quando descrevia eventos futuros ligados ao fim do tempo, ela poderia escrever do reino destrutivo de Satanás como tendo durado seis mil anos. (Veja O Grande Conflito, p. 673, por exemplo.) Contudo, em nenhuma parte de seus escritos Ellen White se referiu a um cronograma divino de sete milênios correspondendo à semana da criação. Ela se opôs consistentemente a qualquer esforço para calcular a data (dia ou ano) da volta de Cristo. Ela escreveu: “Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo” (Mensagens Escolhidas, vol. I, p. 188). E, “qualquer pessoa que comece a proclamar uma mensagem para anunciar a hora, dia, ou ano do retorno de Cristo, abraçou um jugo e está proclamando uma mensagem que o Senhor nunca lhe deu” (Review and Herald, 12 de setembro de 1893).

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[asks q="O que é o Ellen G. White Estate?"]

O Ellen G. White Estate, Inc., é uma organização criada como o último desejo e testamento de Ellen G. White para funcionar como seu agente na custódia de seus escritos, lidar com suas propriedades, “conduzir os negócios dela”, “assegurar a impressão de novas traduções”, e a “impressão de compilações dos meus manuscritos”. Seu testamento, datado de 9 de fevereiro de 1912 (impresso em sua totalidade como o Appendix Q em Ellen G. White and Her Critics de F. D. Nichol), nomeou cinco líderes da igreja para servirem como uma comissão de depositários: Arthur G. Daniells, presidente da Associação Geral; William C. White, seu filho; Clarence C. Crisler, um secretário; Charles H. Jones, gerente da Pacific Press; e Francis M. Wilcox, editor da Review and Herald. Quatro dos cinco eram membros da Comissão Executiva da Associação Geral.

A nomeação dos depositários era para toda a vida, mas Ellen White estabeleceu que “se entre os ditos depositários, ou seus sucessores, ficar vaga uma posição, por qualquer motivo, uma maioria dos depositários sobreviventes ou restantes recebe aqui a habilitação e autorização para preencher tal vaga pela nomeação de alguma outra pessoa adequada”; ou se esta provisão falhasse, a Comissão Executiva da Associação Geral deveria nomear alguém para ocupar a vaga. O testamento dedicou a maior porção das rendas dos direitos autorais existentes e potenciais de seus livros para o trabalho dos depositários. (Para informação adicional, veja o Appendix B, “The Settlement of Ellen G. White’s Estate”, no volume 6 da biografia de A. L. White sobre Ellen White, Ellen G. White: The Later Elmshaven Years.)

A partir da morte de Ellen White, no dia 16 de julho de 1915, esta comissão auto-perpetuadora começou a funcionar. Logo ela vendeu os bens imóveis de Ellen White, que consistia principalmente de Elmshaven, sua casa perto de Santa Helena, Califórnia, e então começou o cuidado contínuo de suas propriedades literárias. De acordo com os termos do testamento, tais responsabilidades se dividiam em três áreas: (1) posse dos direitos autorais de seus escritos e o cuidado e promoção de seus livros na língua inglesa; (2) promoção da tradução e publicação dos seus escritos em outras línguas e preparo dos manuscritos para tanto; e (3) custódia dos arquivos de manuscritos e outros arquivos, e seleção de matéria dos arquivos de manuscritos de Ellen White para publicação. A comissão agora tem uma quarta responsabilidade, que se desenvolveu naturalmente através dos anos – familiarizar os adventistas do sétimo dia e outros com a Sra. White e sua obra.

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