Ministério da Recepção

Sermão para o sábado dedicado ao Ministério da Recepção.

Traga-o Para Casa

Por Leonardo Preuss Garcia, assistente da presidência na Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Hoje é o sábado dedicado ao Ministério da Recepção, e você deve estar pensando: “Mas não seria melhor e mais prático reunir apenas a equipe da recepção de nossa igreja e fazer um treinamento com eles?” A resposta é: Sim! É exatamente isso que estamos fazendo!

                     Este sermão é para a igreja toda e não somente para o grupo e equipe oficial pela razão de que todos somos parte da equipe da recepção. O trabalho da recepção começa na porta da igreja e só vai se tornar completo se continuar aqui dentro.

                     Nossos amigos visitantes podem ser muito bem recebidos na entrada da igreja, mas se não forem bem acolhidos aqui dentro o trabalho não tem continuidade. Pode até haver alguma falha na recepção, mas se for bem acolhido aqui dentro, a pessoa provavelmente permanecerá. O ideal é que aconteçam as duas coisas: que a pessoa seja bem recebida na porta e bem acolhida dentro da igreja.

                     Hoje vamos refletir na história bíblica de uma pessoa que não foi bem recebida no primeiro contato, à porta, mas que foi bem acolhida no momento seguinte, “dentro” da igreja.

          1. RECEPÇÃO NA “PORTA DA IGREJA”

Abra sua Bíblia em Êxodo 2:15-21.

Na época dos patriarcas não existiam templos físicos, igrejas como as conhecemos hoje. A vida religiosa acontecia no âmbito do lar. Moisés e Reuel, também conhecido por Jetro, eram descendentes do mesmo patriarca: Abraão. E para ambos existia uma mesma promessa: a salvação por meio do “sangue do Cordeiro”.

Moisés, naquele momento, aparentava ser apenas um egípcio em viagem. Estava num lugar distante, diferente, desconhecido. Ele era um estrangeiro e não conhecia os costumes locais. Estava cansado, com fome, sem um lugar para ficar, fugindo de problemas e provavelmente com uma carência emocional de sua família. Estava perdido e precisando encontrar um lugar de paz, proteção, amor e carinho. Como um aparente egípcio forasteiro chegando na casa de Jetro, Moisés pode representar os nossos amigos visitantes que vêm à igreja. Jetro, que era o sacerdote, figura como os nossos pastores hoje. E relacionamos Midiã com as nossas igrejas atualmente.

Com isso em mente, vocês notaram que foi Moisés, o visitante, que tomou a iniciativa de falar com as mulheres junto ao poço? Vendo as mulheres em apuros, que vamos comparar com a equipe de recepção da igreja de Midiã, ele resolveu ajudar e teve a iniciativa de fazer o primeiro contato.

Da mesma forma acontece com a maioria dos amigos que nos visitam na igreja. Cada um tem sua história, origem, lutas, problemas, desafios, carências e necessidades. Mas duas coisas são certas:

1º Assim como nós, todas as pessoas que vêm à igreja têm o direito à salvação em Cristo Jesus.

2º Assim como Moisés, muitas vezes são as visitas quem tomam a iniciativa ao entrar em nossa igreja, às vezes sem nunca terem estado aqui, ou mesmo não conhecendo ninguém. Mas elas vêm mesmo assim, pois o Senhor as está conduzindo, assim como conduziu Moisés ao lar de Jetro, a fim de que ele encontrasse salvação e tudo o que precisasse.

E como Moisés foi recebido? Aparentemente, ele não foi tão bem acolhido, pois as filhas de Jetro, foram embora e o deixaram lá, apesar de toda a ajuda que receberam. Talvez elas tenham ficado com receio ou tenham tido algum tipo de preconceito, mas o fato é que o abandonaram.

Será que não temos feito o mesmo com algumas visitas que chegam em nossa igreja? Pessoas diferentes, com aparência estranha, com uma roupa ou características diferentes de nós, ao chegarem são vistas de alto a baixo, algumas poucas palavras são trocadas com elas e as colocamos no último banco para ver o que vai acontecer. Será que uma visita tratada assim ficaria em nosso meio ou até mesmo retornaria para nossa igreja?

Ainda bem que a história não terminou assim...

          2. RECEPÇÃO “DENTRO DA IGREJA”

Vamos ler novamente Êxodo 2:18-20.

O nome “Reuel” significa “amigo de Deus” e sua atitude, diferentemente de suas filhas, demonstrou que ele realmente vivia o significado de seu nome, pois um amigo de Deus procura ser amigo de todos.

Reuel (Jetro) manda chamar Moisés para vir à sua casa, o convida para entrar e atende as suas necessidades, como um bom anfitrião. Dá toda a atenção ao visitante e, ao final, o convida para ficar. No nosso caso, como igreja, seria o mesmo que amar, acolher, atender e acompanhar, para que a pessoa se sinta amparada e decida permanecer.

Será que uma visita que é tratada assim retornaria e ficaria em nosso meio? Eu creio que sim! Da mesma forma que Moisés aceitou o convite de Reuel para ficar em sua casa, e acabou se tornando um membro de sua família, pode ser assim com os amigos que nos visitam. Se eles forem tratados por nós com o mesmo carinho e atenção que Moisés teve na casa do sacerdote de Midiã, retornarão e, melhor, poderão fazer parte da família da igreja.

O exemplo de Reuel nos leva a algumas reflexões:

  1. Quando alguém vem à igreja, como deve ser recebida do lado de fora, na recepção? E do lado de dentro, por cada um de nós?
  2. Ao acabar o culto, o que fazemos? Convidamos o amigo visitante para almoçar? Fazemos o convite para uma programação à tarde na igreja, ou na noite de sábado?
  3. Temos estendido intencionalmente o convite para fazer a pessoa que nos visita fazer parte das atividades da família da igreja?
  4. Durante a semana, temos entrado em contato com os amigos que nos visitaram?
  5. Nossa igreja tem se preocupado em atender as necessidades dos amigos visitantes, seja por meio da ASA, ou oferecendo um estudo bíblico, favorecendo a criação de laços de amizade, com aconselhamentos, orações intercessoras etc.?

          CONCLUSÃO

Eu gostaria de fazer uma reflexão...

                         Você já parou para pensar no que seria a história do povo de Deus se Reuel não tivesse feito nada ao receber o relatório de suas filhas, e tivesse deixado Moisés esquecido junto ao poço? A atitude de Reuel fez toda a diferença porque, a partir daí, Moisés se desenvolveu como pessoa e como líder e já sabemos o que aconteceu depois, com a libertação do povo do Egito. Tudo isso graças à uma recepção acolhedora e apoio num momento de necessidade.

                          A verdade é que muitas vezes podemos estar recebendo pela primeira vez, em nossa congregação, um futuro líder da igreja, que Deus escolheu para uma grande obra, e nem sequer imaginamos.

                          Quero lhes apresentar a história da Leidiane Medeiros. Ela mora na cidade de Pimenta Bueno, em Rondônia.

                          Leidiane conheceu a Igreja Adventista há cinco anos. A curiosidade a levou a se interessar por alguns temas. Ela aproveitou que uma de suas irmãs era adventista e começou a debater as questões que ela não entendia, como o sábado, o estilo de vida, a alimentação etc.

                          Leidiane conta que sempre orou para que Deus a direcionasse para a verdade. Ela queria que a vida de sua família, principalmente dos filhos, tivesse um sentido, um propósito. Foi então que as conversas com sua irmã, a curiosidade sobre temas específicos e o trabalho que o Espírito Santo fez na vida dela a levaram à decisão de visitar a igreja.

No dia que Leidiane visitou a Igreja Adventista, aconteceu algo que a marcou muito: a forma como foi recebida, o acolhimento das pessoas, os sorrisos e abraços que ela recebeu ao passar pela recepção. No momento em que Leidiane estava na igreja ouvindo a pregação, não conteve o choro. Ela sentiu que era o caminho que precisava seguir. A curiosidade dela foi respondida de uma forma espetacular. A mesma pessoa que a acolheu, também a ensinou mediante estudos bíblicos e fez o primeiro pôr do sol com ela.

                          Leidiane foi com muita expectativa nessa primeira visita à igreja. Se não houvesse um bom acolhimento, talvez ela não tivesse voltado. Para ela, esse contato fez toda a diferença, e oito meses após essa visita, Leidiane foi batizada. Hoje faz parte da equipe de recepção da Igreja do CTG, em Pimenta Bueno. Seu desejo é passar o mesmo acolhimento sincero às pessoas que ela recepciona. Leidiane sabe que um sorriso e um abraço fazem toda a diferença. Talvez sejam os únicos gestos de carinho que a pessoa vai receber naquele dia e, por isso, ela diz que devemos dar sempre o nosso melhor.

          APELO

Que Deus nos ajude a entender que todos fazemos parte da equipe de recepção de nossa igreja e que, assim como Moisés e Leidiane foram muito bem acolhidos e se tornaram instrumentos de salvação nas mãos de Deus, que nós também atuemos a fim de receber a todos que o Senhor está colocando em nosso meio, ajudando cada um a se tornar um discípulo maduro e futuro líder da igreja.

“Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: ‘Segue-Me’” (A Ciência do Bom Viver, p. 143).

O Espírito Santo conduz as pessoas à igreja, e a nossa responsabilidade é fazer o melhor para atendê-las. A vida de Cristo nesta terra foi uma vida de serviço e de amor. Foi com amor que o Senhor Jesus atraiu pessoas e alcançou corações carentes pela Palavra.

Que nos unamos na missão de proclamar o Evangelho do Reino a toda criatura, e então vermos a volta de Jesus ainda em nossa geração!