Penso que este termo foi usado primeiramente por Hypocrates, o pai da medicina. Uma das interpretações do verso diz que os médicos são eficientes para curar seus pacientes, mas dificilmente cuidam bem de sua própria saúde. E as estatísticas também demonstram que o médico tem um alto nível de stress e alta incidência de doenças cardíacas e câncer. Um dos fatores que facilitam estas estatísticas e o estilo de vida do medico, o qual o impede de ter pleno controle de seu tempo e atividades. Apesar de muitos médicos no Brasil e no mundo haverem deixado de fumar, ainda existem muitos colegas que não fazem exercício, comem uma dieta rica em gordura e pobre em fibras, estão com excesso de peso e muitos ainda abusam do álcool.

Uma das piores experiências de minha vida profissional foi durante um plantão num hospital em São Paulo, quando tive que atender a um colega médico que estava tendo um ataque cardíaco. E pior ainda, o médico era um de nossos amigos, o qual trabalhava no mesmo hospital. Éramos quatro colegas, um deles sendo cardiologista, mas não houve tratamento que pudesse salvar o medico. A experiência foi marcante, e deu para notar a limitação da medicina diante de tais situações. No entanto o fator mais agravante no caso era o estilo de vida do colega, o qual provavelmente foi a causa maior de sua morte. Trabalhava em plantões dia-e-noite quase sem parar, não fazia exercício, estava com o peso acima do normal, comia muita gordura animal, tinha pressão alta e não seguia um tratamento continuo. Muitos médicos, e eu diríamos, muitas pessoas seguem o mesmo estilo de vida e pensam que nunca vão sofrer as consequências.

Tenho sido vegetariano por mais de trinta anos, porém nem sempre seguindo a melhor dieta, nem sempre tendo tempo para exercitar, e não tendo controle nenhum sobre o stress. Ha dois anos atrás, enquanto doava sangue, a enfermeira mostrou-me uma amostra de meu sangue. A cor era amarela e não vermelha. Aquilo era sinal de excesso de colesterol e de triglicerídeos. Naquela época o exame de colesterol era de 270 miligramas por decilitro (mg/dl). Poucos meses depois fui doar sangue novamente e desta vez a enfermeira me disse que não seria possível porque meu coração estava fora de ritmo. Era só o que faltava para criar o medo do ataque cardíaco.

Comecei a trabalhar com a dieta, mas o exercício estava realmente difícil. Em agosto de 2003 fiz um check up geral. Nesta época o ritmo cardíaco ainda estava irregular, e os valores dos lipídios estavam todos altos com exceção do colesterol: Total colesterol 198 mg/dl, HDL – 38 mg/dl, LDL – 120 mg/dl, e triglicerídeos 276 mg/dl. O colega médico que me atendeu, só me disse que eu deveria saber como cuidar do nível de triglicerídeos. Nesta ocasião uma vez que outra sentia um mal estar e palpitações ao mínimo esforço. A noite não conseguia dormir, o coração batia forte que eu chegava a ouvir e ainda estava completamente fora do ritmo. Meu pai era diabético e morreu de ataque cardíaco aos 65 anos. Seria o fator genético que me levaria antes de complete a mesma idade de meu pai?

Felizmente a situação me fez mudar de estilo de vida. Desta época em diante resolvi começar a correr, e realmente controlar a minha dieta “vegetariana” que apesar de não ter carne, era ainda rica em algumas gordurinhas provenientes do leite e das “pizzazinhas.” Passo a passo as mudanças no estilo de vida foram se desenvolvendo. O ritmo cardíaco voltou ao normal, melhor sono a noite, não escutava mais o coração ao deitar, tudo parecia estar normal.

Na semana passada, depois de quase um ano com um regime alimentar mais natural, com mais fibra e menos gordura, e depois de duas corridas de meia maratona, resolvi fazer o check up novamente. Desta vez, porém, sem nenhum médico, eu mesmo faria a minha requisição para o exame de sangue. Assim não precisaria dar conta a ninguém dos resultados. Coisa de médico, a qual leva tempo para mudar. Boas novas, o regime funcionou, a influência “genética” foi superada, e muito mais a influência do apetite. Novos resultados: Colesterol, 156 mg/dl, HDL – 45 mg/dl, LDL – 88 mg/dl, Triglicerídeos – 113 mg/dl. Pra começar nunca tive em toda a minha vida um nível de colesterol destes, e quase o nível normal de colesterol para os Chineses (que tem níveis bem mais baixos que os ocidentais). Não e um exame perfeito, pois gostaria de ter um HDL mais elevado, porém os níveis gerais demonstram um equilíbrio e baixo ou nenhum risco de doença cardíaca. Também provei em meu próprio organismo que e possível inverter a tendência “genética” se isto realmente existe com mudança de hábitos. Felizmente acordei em tempo, e Deus me deu uma segunda chance.

Meu prezado amigo, se este e o seu problema, excesso de colesterol, e outros lipídeos, e alto fator genético para diabetes e ataques cardíacos, ainda há tempo para mudar. Quer você seja médico ou não o tratamento e simples. Mesmo que você tenha que tomar alguma medicação, o problema não vai resolver se você não mudar o estilo de vida. E necessário uma mudança radical na alimentação. Corte toda a gordura, use tudo com baixo teor de gordura ou melhor, Sem gordura. Evite alimentos animais o quanto possível. O melhor e seguir um regime vegetariano total. Corte o açúcar e todos os doces, evite o arroz branco e pão branco. Use em abundância de verduras, frutas, grão integral e feijões ou legumes. Não coma nada pesado a noite. Nunca coma doces e gorduras a noite, por quê? Comer gorduras, açúcar e doces antes de dormir e o mesmo que cometer suicídio a prestação. Comer alimentos ricos e deitar e uma das maiores agressões ao corpo porque todo o excesso calórico será absorvido, transformado em gordura e depositado… muitas vezes nas artérias do coração.

E finalmente o exercício. Quantas vezes por semana? Já esqueceu que a pergunta deve ser modificada para: “Quantas vezes por dia?” Realmente o exercício deve ser diário, não importa qual o tipo, mas todo deveria praticar meia ou uma hora de exercício todos os dias.
E assim meu prezado amigo espero que tenhas saúde. Como dizia o apostolo Joao (III Joao 2), “Desejo que te vá bem a todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como vai bem a tua alma”.