“Respondeu Abraão: Deus proverá [...] o cordeiro para o holocausto” Gênesis 22:8

O exercício da fé, às vezes, pode exigir que se dê passos no escuro. O pastor Cancino estava para voltar à cidade, depois de haver estado entre os nativos Shuaras, na Amazônia Equatoriana, quando foi procurado por uma mulher com seu filho doente. Desesperada e em lágrimas ela lhe pediu que fizesse algo por seu filho. Os médicos itinerantes e os feiticeiros não puderam fazer nada, por isso poderia ser indiferente fazer algo mais por esse menino.

Não foi fácil, mas depois de orar, sentiu o impulso de levar o menino até a civilização e fazer algo por ele. Utilizando-se de um tradutor, ele disse à mãe: “Se você deseja que seu filho viva, devo levá-lo comigo”. Depois de um momento de silêncio e lágrimas, a mulher respondeu: “Se para que meu filho viva eu devo entregá-lo ao senhor, eu o entrego.”

O pastor caminhou dois dias pela selva com o menino nos ombros até chegar ao pequeno avião que os levaria à civilização. Durante todo o caminho o pastor se perguntava o que faria com o menino e de onde tiraria os recursos necessários para os cuidados médicos.

O menino passou por todos os tipos de exames, desde os mais simples até aos mais complexos. Quando perguntou o custo desses procedimentos, ficou desanimado, pois era três vezes mais que seu salário. A esposa do pastor se aproximou ternamente dele e disse: “Deus proverá”. Ele havia pregado muitas vezes a respeito desse verso, mas agora deveria vivê-lo.

Os exames revelaram que a criança tinha uma grave deficiência renal. Deveria ser internada com urgência para poder ser salva. O custo do tratamento seria acima de seis mil dólares. O pastor ficou paralisado, pois seu salário, naquela época, era de apenas 211 dólares. Porém, novamente a esposa lhe disse: “Deus proverá”.

Quando estava para assinar a documentação, responsabilizando-se pelos custos do tratamento, um médico entrou no escritório e lhe perguntou: “Você é o pastor que trouxe um nativo da Amazônia?”. O pastor respondeu afirmativamente e então os olhos do médico ficaram marejados pelas lágrimas enquanto o elogiava por ajudar a um menino indefeso.

Então o médico acrescentou: “Meus melhores anos de serviço médico foi quando fiz minha prática médica na selva equatoriana, atendendo a muitos nativos que me deram grande lições de serviço à humanidade.”

Prosseguindo, ele disse: “Agora sou diretor deste hospital. A administração assumirá todos os gastos com o tratamento do menino.” E se despediu com um forte abraço e aperto de mão.

Agora o pastor agradece a Deus por haver passado por uma experiência similar à de Abraão no Monte Moriá: “Deus proverá”. Creia nas promessas de Deus, porque o Deus de ontem é o mesmo Deus de hoje.

O pastor Juan A. Cancino Castillo é
Departamental de Mordomia Cristã da União Equatoriana.