Espírito de Profecia

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Teoria e prática na vida de Ellen White

A influência de uma pessoa será sempre lembrada como seu principal legado. E em 2015 a Igreja Adventista em todo mundo lembrará os 100 anos da morte de Ellen White no intuito de valorizar seu ministério pós vida, que segue impactando todos os que têm contato com os seus escritos. Nas páginas de seus livros […]


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A influência de uma pessoa será sempre lembrada como seu principal legado.
E em 2015 a Igreja Adventista em todo mundo lembrará os 100 anos da morte de Ellen White no intuito de valorizar seu ministério pós vida, que segue impactando todos os que têm contato com os seus escritos.

Nas páginas de seus livros Ellen White cunhou o conceito de “luz menor” para resumir sua missão de conduzir o leitor ao conhecimento bíblico mais amplo. Ao longo dos anos, seus escritos se tornaram um importante recurso para todos os que desejam aprofundar sua relação com Deus e a compreensão de Sua Palavra.

No entanto, os maiores ensinamentos dessa incrível mulher, mãe, escritora, pioneira e missionária, vem das letras cravadas nas páginas da vida prática, mais que nos preceitos apresentados em livros.

Nesse breve artigo desejo ressaltar um aspecto da vida de Ellen, para os quais suas atitudes e experiências falam muito alto.

Sua comunhão com Deus

Desde a infância, Ellen apresentou uma rara sensibilidade espiritual. A dolorosa experiência de seu acidente aos nove anos de idade a levou ao interesse em temas cruciais como o preparo para a morte, o pecado, a salvação e a vida eterna. Nessa fase, ela descobriu o refúgio da oração.

Relatando essa experiência Ellen escreveu: “Comecei, nessa ocasião, a orar ao Senhor, a fim de preparar-me para a morte. Quando amigos cristãos visitavam a família, perguntavam à minha mãe se ela me havia falado a respeito de morrer. Entreouvi isso, o que me agitou. Desejei tornar-me cristã, e orei fervorosamente pelo perdão de meus pecados. Senti a paz de espírito que disso provinha.”

Ellen encontrou conforto na comunhão com Deus. Por meio da oração sentia-se segura de que Jesus a amava.

“Enquanto me achava de joelhos em oração, meu fardo deixou-me, e meu coração se aliviou... Eu tinha no coração a certeza de que Ele [Jesus] compreendia minhas provações e comigo simpatizava. Nunca poderei esquecer essa segurança preciosa da compassiva ternura de Jesus para com alguém tão indigno de Sua atenção.”

Nos anos seguintes, Ellen foi grandemente impactada pela pregação de Miller sobre a iminente volta de Jesus. Ela enfrentou dias de incerteza e dúvidas que a motivaram a orar com determinação em busca da paz e alegria na salvação em Jesus.

Herbert Douglas, no livro A Mensageira do Senhor, sugere que se não fosse por esse relacionamento com o Senhor, sua fé não teria suportado o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844.

Quando jovem, à medida que Ellen amadurecia, crescia também sua amizade com Jesus e submissão total aos planos de Deus. Não é sem razão de que em seus escritos são encontrados inúmeros de conselhos e testemunhos sobre o valor da oração e estudo da Bíblia para o crescimento espiritual.

Mais tarde, já como mãe Ellen White ensinava aos filhos, hábitos de oração e estudo da Bíblia. Quando junto com seu esposo estava ausente, devido aos compromissos da pregação, Ellen costumava enviar cartas para os filhos incentivando-os a dedicar tempo para a comunhão com Deus. Em uma delas aconselhou: “Não ordeno que vocês leiam a Bíblia – jamais o farei. Quero que leiam a Bíblia porque a amam.. Mas, se negligenciarem a leitura da Bíblia, perderão o amor por ela. Os que amam a Palavra de Deus são os que leem muito... Vigiem e orem filhos para que vocês não sejam vencidos pelo inimigo. Vivam vida cristã, e sempre mantenham em vista a glória de Deus.

É impossível falar de comunhão na vida de Ellen sem citar o livro O Caminho a Cristo uma preciosa joia literária sobre arrependimento, conversão, oração e a comunhão diária com Deus. É surpreendente a forma simples e natural com que ela aborda estes temas, o que indica sua intimidade com um Salvador vivo, um Amigo celestial que era parte do seu dia a dia.

Pode ser que a imagem que muitos têm de Ellen White seja de uma mulher austera, compenetrada em seu ministério profético. Porém não se pode deixar de percebê-la como um ser humano que buscou o crescimento espiritual e o fez por meio da amizade com Jesus e a comunhão com o Pai. Para observador mais atento sua experiência cristã é tão marcante quanto o conjunto de suas mensagens. Nessa combinação – preceitos e prática - está a força do seu legado.

1915 – 2015 Cem Anos Celebrando Um Legado de Fé.

[1] Ellen White – Testemunhos para a Igreja, vol. 1 pág. 11
[1] Ellen White – Ver Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 12
[1] Ellen White – Vida e Ensinos, pág. 18.
[1] Ver Herbert Douglas – A Mensageira do Senhor, pág. 50
[1] Perguntas que eu Faria à Irmã White, pág. 138.


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Almir Marroni 
Coordenador de Espírito de Profecia da Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Natural de Londrina, PR. Graduou-se em teologia no IAE (UNASP SP) em 1982 e grande parte de seu ministério foi dedicado à liderança da área de Publicações em diversas Associações, na União Sul Brasileira e na Divisão Sul Americana. Desde novembro de 2011, ele tem atuado como Vice Presidente, função que também acumula a coordenação do Espírito de Profecia para o território sul americano. Almir é casado com a professora Wiliane Marroni e eles têm duas filhas casadas.

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