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Resumo: lição 4 - Cristo e a lei no Sermão da Montanha

Materiais de apoio para o estudo da lição da Escola Sabatina do 2º trimestre de 2014, (Cristo e sua lei).


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Auxiliar

Texto-chave: Mateus 22:37

O aluno deverá:

Saber: Que Jesus não veio para destruir a lei, mas para revelar sua essência interior.

Sentir: Que a lei trata não apenas de ações, mas também de intenções.

Fazer: Manifestar ações, pensamentos e motivos guiados pelo Espírito, em lugar de conformidade apenas exterior.

Esboço

I. Saber: Guardar a lei é obra do coração

  1.  Por que os oponentes de Jesus afirmavam que Ele queria destruir a lei?
  2.  O que significa "cumprir" em Mateus 5:18?
  3.  Qual era a diferença entre a obediência de Jesus e a forma pela qual os escribas e fariseus guardavam a lei?

II. Sentir: A intenção é tudo

  1.  Alguns podem ter acusado Jesus de ser tolerante com o pecado. Como Seu ensino enérgico em Mateus 5:29, 30 mostra Sua repulsa para com o pecado?
  2. Como os discípulos se sentiam a respeito do ensinamento de Jesus sobre a motivação para guardar a lei (Mt 19:10)?
  3. A ampliação do mandamento contra o falso juramento em Mateus 5:33-37 mostra que nosso relacionamento com os outros e com Deus deve ser fundamentado em algo mais do que sentimentos oscilantes.

III. Fazer: Sujeitar-se à obra do Espírito Santo

  1.  Por que parece preferível ter uma lista de coisas para verificar se estamos cumprindo a lei, em vez de ter nossos motivos transformados?
  2.  Como posso viver de modo que meu "sim" signifique "sim" e meu "não" signifique "não", sem ter que recorrer a algum tipo de juramento para que os outros acreditem em mim?

Resumo: Jesus mostrou em Seus ensinos no Sermão da Montanha que Ele não veio para abolir a lei. Ao contrário, Ele veio para engrandecer a lei e mostrar a necessidade da presença do Espírito Santo no coração, a fim de guardá-la.

Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Mateus 22:37

Conceito-chave para o crescimento espiritual: A lei de Deus não pode ser vista apenas como um conjunto de regras. É um chamado ao estilo de vida comprometido, capacitado pelo poder do Espírito Santo, no qual nossas ações, bem como nossos pensamentos e motivos mais profundos serão dirigidos pelo Espírito.

Somente para o professor: Na lição desta semana, compreendemos o amplo alcance da lei de Deus e a maneira pela qual devemos abordá-la. Vemos que a lei de Deus não deve ser debatida de forma teórica, mas deve impregnar cada fibra do nosso ser.

Atividade de abertura
Um homem rico tinha uma mansão situada ao lado de uma montanha alta. O único caminho para chegar à casa era por meio de uma perigosa estrada na montanha, com um penhasco de um lado. O homem precisava de um novo motorista e anunciou a vaga de emprego. Três homens responderam ao anúncio. Tom, o primeiro a ser entrevistado, se sentiu muito confiante. Afinal, ele tinha sido piloto de corrida. Estranhamente, durante a entrevista, o homem rico só fez uma pergunta: "Quão perto da beira do precipício você pode dirigir?" Tom sentia que esse era o momento para dizer ao homem sobre seu excelente controle do veículo e mostrar que ele jamais havia perdido uma corrida nem o controle de seu carro, mesmo em altas velocidades. "Mas, quão perto você pode dirigir?", insistiu o entrevistador. Depois de alguns rápidos cálculos mentais, Tom respondeu: "Penso que eu poderia manobrar com segurança um veículo até o limite de um metro da beira." Sam, o próximo a ser entrevistado, se sentiu ainda mais confiante. Afinal, ele tinha feito algumas façanhas dirigindo como dublê para um filme. Ele era destemido ao volante. Quando questionado sobre quão perto da borda do penhasco poderia dirigir, ele respondeu rapidamente: "Eu poderia dirigir qualquer veículo a meio metro da borda e até mesmo fazer com que uma parte da roda saísse para o precipício, sem problemas!" Joe, o último a ser entrevistado, não alegou nehuma fama como motorista. "Então, Joe, quão perto da beira do precipício você pode dirigir?", perguntou o empregador. "Eu não sei, senhor. Tenho medo de altura. Por isso, ficarei o mais longe possível da beira." Joe conseguiu o emprego.

Atividade de abertura
Depois de compartilhar a história acima, pergunte aos alunos se eles concordaram com a escolha do homem rico quanto ao seu motorista. Quais atitudes Tom, Sam e Joe manifestaram em relação à lei da gravidade? Afinal, nenhum deles estava deliberadamente pensando em quebrar as leis da direção segura.

Comente com a classe: Qual é a semelhança entre as atitudes de Tom e Sam e o pensamento judaico sobre a lei no tempo de Cristo?

 

Comentário Bíblico

I. O sermão sobre o reino de Deus (Recapitule com a classe Mt 5:17-48.)
Mateus 5:17-48 descreve um momento-chave do ministério de Jesus e faz parte do contexto mais amplo do Sermão da Montanha. Situado cronologicamente no início do Seu ministério, as ideias e conceitos contidos nessa seção representam a conhecida linha de separação, na qual Jesus distinguiu o reino de Deus do reino do príncipe deste mundo. O reino de Deus é sal e luz e se constitui de pessoas dispostas a fazer a diferença (Mt 5:13-16).

Desde o início, Jesus esvaziou uma pergunta que pode ter surgido na mente dos fariseus e escribas, quando eles certamente ouviram com muita atenção o jovem rabino de Nazaré. Jesus desejava anular a Lei? Ele disse: "Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir" (Mt 5:17). O termo grego que a Almeida Revista e Corrigida traduz como "destruir" também pode ser traduzido como "anular", "abolir", "demolir" ou "desmantelar". Jesus não veio para demolir nem anular a lei e os profetas (que é uma versão abreviada para a completa revelação divina do Antigo Testamento, ou seja, as Escrituras). Ele veio para cumprir.

Neste momento, seria bom fazer uma pausa para considerar a etimologia de "cumprir". A forma grega de "cumprir" está intimamente relacionada com "encher", e a tradução grega do Antigo Testamento (LXX ou Septuaginta) usa exatamente esse verbo para descrever a ordem do Criador às Suas criaturas para encher a Terra (Gn 1:22, 28). O Verbo encarnado, que criou o mundo por Sua palavra (Jo 1:1-3) estava prestes a preencher as lacunas que um simples "Não matarás" ou um simples "Não adulterarás" deixaram em aberto. Embora a razão humana considere esses mandamentos bastante fáceis de entender, Jesus, como Legislador, chega a um nível mais profundo.

Pense nisto: Por que Jesus enfatizou que o Reino de Deus havia chegado?

II. "Ouvistes [...] Eu, porém, vos digo"
(Recapitule com a classe as seis antíteses apresentadas por Jesus em Mt 5.)
Jesus usou seis antíteses que nos ajudam a entender que a ação é apenas um elemento da conformidade com a lei. Jesus não apenas nos lembrou de que Deus considera a motivação e os pensamentos, tanto quanto a ação, mas, usando essa estrutura antitética, Ele também afirmou indiretamente que está no mesmo nível que o Legislador divino. As antíteses abrangem assassinato (Mt 5:21-26), adultério (Mt 5:27-30), divórcio (Mt 5:31, 32), juramentos (Mt 5:33-37), retaliação (Mt 5:38-42) e amor para com os inimigos (Mt 5:43-47). É muito importante notar que nem todos esses exemplos representam os Dez Mandamentos. A questão do divórcio e juramentos poderia ser classificada como lei civil, enquanto o assunto da retaliação e do amor para com os inimigos deve ser considerado fundamento teológico (ou filosófico) subjacente. Propositadamente, Jesus selecionou diferentes níveis da lei divinamente ordenada para impressionar Seus ouvintes com o fato de que a observância da lei sem o Legislador é impossível e não faz parte do domínio humano. Em outras palavras: Ao incluir os pensamentos, atitudes e motivos na abrangência da lei, claramente Jesus indicou ser impossível aos seres humanos, com sua própria capacidade, observar a lei, com todos os seus diferentes níveis e motivações. Mesmo com nossas melhores intenções, encontramo-nos aos pés do Legislador, que caminhou do Sinai ao Gólgota para oferecer um exemplo perfeito e uma perfeita salvação, disponível a todos que aceitam Sua dádiva.

Pense nisto: De que forma Jesus nos desafiou a observar a lei de modo mais rigoroso até mesmo do que os fariseus?

III. "Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste."(Recapitule com a classe Mt 5:48.)

Essa seção fundamental é concluída com outra declaração que abala nossas bases e, infelizmente, muitas vezes tem sido tirada do contexto. "Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (Mt 5:48). Imagine como os ouvintes de Jesus podem ter se sentido quando digeriram essa última declaração. Olharam para Ele com olhos incrédulos? Teriam cerrado os punhos enquanto O observavam estarrecidos? Como os fariseus e os escribas se sentiram quando ouviram Jesus explicar a lei, terminando com uma ordem a respeito da perfeição divina? Teriam eles balançado a cabeça em desacordo ou acenado em silenciosa concordância?

Jesus destacou duas esferas de perfeição: "Sede vós perfeitos" refere-se aos Seus ouvintes. Isso está ligado a outra esfera de perfeição, "como perfeito é o vosso Pai celeste". A declaração de Ellen G. White, "Assim como Deus é perfeito em Sua esfera de ação, devemos nós ser perfeitos na nossa" (Patriarcas e Profetas, p. 574) se refere claramente a esses dois diferentes níveis de perfeição. Deuteronômio 32:4 descreve a perfeição de Deus: "Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas", enquanto Isaías 64:6 sublinha o fato de que "nossos atos de justiça são como trapo imundo" (NVI). No entanto, Jesus, o Legislador, Criador e Salvador, transpõe esse abismo que separa nossa falta de perfeição e a completa perfeição de Deus. "Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade" (Jo 17:23). Perfeição bíblica tem dois níveis, a perfeita unidade dentro da Divindade e a perfeita unidade da humanidade com Cristo.

Aqui está uma ilustração útil para a perfeita unidade da humanidade com Cristo, extraída de Robert J. Ross, "Perfection" [Perfeição], Adventist World (dezembro de 2009), p. 21:

"Recentemente os cientistas descobriram, pela primeira vez, um modo de tornar completamente plana e lisa a superfície do vidro usinado e altamente polido. Ele é tão plano e liso que, quando são colocadas duas placas grossas desse vidro, uma sobre a outra, eliminando todo o ar entre elas, há uma ligação tão grande entre as moléculas que é quase impossível separá-las. Tornam-se verdadeiramente uma. A unidade perfeita de Jesus com o Pai, por meio de Sua obediência na Terra, torna-se nossa veste de (Sua) justiça concedida a nós por toda a eternidade. A justiça que Ele quer nos comunicar é a perfeita unidade que podemos ter por meio da direção do Seu Espírito. Obediência motivada pelo amor genuíno permite que Ele realize em nós um refinamento e polimento diário até que estejamos absolutamente unidos nEle, como um, de modo que seja quase impossível nos separar."

Pense nisto: Como o contexto do Sermão da Montanha nos ajuda a entender o chamado de Jesus para a perfeição?

Aplicação

Perguntas para reflexão

  1.  Nos ensinamentos de Jesus em Mateus 5, Ele enfatiza a motivação e os pensamentos por trás da lei. Como somos julgados: pela nossa motivação ou pelos nossos atos? Apresente apoio bíblico à sua resposta. (Sugestão: leia Ezequiel 24:14.).
  2.  Se o pecado não é apenas o ato, mas começa na mente, quando uma tentação se torna pecado?
  3.  Qual é a diferença entre "voltar a outra face" ou andar a "segunda milha" (Mt 5:38-42) e ser a vítima passiva? (Veja a discussão na lição de quinta-feira sobre a "retaliação" cristã.)

Perguntas de aplicação

  1. Depois de ler Mateus 5:23-26, considere até onde você deve ir na tentativa de se reconciliar com alguém que guarda rancor contra você. Como a necessidade de reconciliação afeta seu relacionamento com Deus?
  2. Jesus amplia o mandamento que ordena não cometer adultério, dizendo que qualquer um que olhar com intenção impura está transgredindo esse mandamento. Esse ensinamento ainda é válido em nosso mundo, no qual somos bombardeados pela publicidade projetada para explorar nossos desejos sexuais?
  3.  Um adesivo de para-choque diz: "Não se irrite, vingue-se!" De acordo com essa sabedoria popular, como podemos lidar com situações que nos deixam irados? O ensino de Jesus no Sermão da Montanha não diz que devemos aceitar calmamente a ofensa, mas "retaliar" com bondade inesperada. Como isso é possível?

Criatividade e Atividades práticas

Atividade

João tem um vizinho terrível. O homem deixa seu cão sujar o gramado de João e não o limpa, toca músicas altas nas noites de sexta-feira até tarde, e até foi visto jogando lixo por cima do muro para o quintal do João. Peça que a classe sugira algumas maneiras práticas pelas quais João pode amontoar "brasas vivas" sobre a cabeça do vizinho" (Pv 25:21, 22).

Planejando atividades: O que sua classe de Escola Sabatina pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?

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