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Duas opções: florescer ou murchar

Quando achamos que já fi zemos tudo que poderíamos fazer, Deus nos surpreende! Vou contar sobre a nossa sétima transferência de distrito. Grandes desafios! No mês de agosto de 2012 meu esposo atuava como departamental de Mordomia e Ministerial em um determinado escritório da Igreja. Eu estava trabalhando como diretora de escola. Profi ssionalmente tudo […]


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Quando achamos que já fi zemos tudo que poderíamos fazer, Deus nos surpreende! Vou contar sobre a nossa sétima transferência de distrito.
Grandes desafios!

No mês de agosto de 2012 meu esposo atuava como departamental de Mordomia e Ministerial em um determinado escritório da Igreja. Eu estava trabalhando como diretora de escola. Profi ssionalmente tudo estava correndo muito bem. Nossos três fi lhos adolescentes viviam conosco e tudo seguia tranquilamente.

Foi nesse período que divulgaram a informação de que havia a necessidade de enviar dois pastores para o Uruguai, como missionários. Meu esposo falou comigo e sentimos que o Espírito Santo estava falando conosco. Combinamos que falaríamos com os nossos filhos e, se eles aceitassem bem esta possibilidade, faríamos nossa inscrição. Os meninos ficaram felizes com a ideia de morar em outro país. Sendo assim, seguimos avante. 30 pastores se inscreveram. Somente dois foram escolhidos,
meu esposo foi um deles e aqui estamos nós!

O Uruguai é um país que tem 7300 membros adventistas no país inteiro, são somente 52 igrejas e 33 pastores junto com os departamentais. Secularismo e independência de Deus é algo muito comum entre as pessoas daqui. Batizar é um grande desafi o.
Os alimentos aqui são muito caros, aliás, tudo é caro, já que o Uruguai importa quase tudo por ter pouquíssimas
indústrias. O aluguel é caríssimo, a gasolina tem um preço horrível! Por esses motivos é que somos chamados de missionários, porque há os desafios espirituais e também financeiros. Por outro lado, aqui é um lindo país e as pessoas são muito gentis.

Depois de fazer seis mudanças em 16 anos de ministério, pensei que já sabia lidar com isto; mas não foi bem assim. Pra começar tivemos que vender tudo o que tínhamos e levar o mínimo possível. Foi difícil! Cada objeto que vendia ou presenteava, levava uma lágrima junto! Os presentes de casamento, de igrejas, alunos, amigos, tudo que ganhei tive que deixar para trás. Mas o pior ainda estava por vir... a separação dos filhos!

Até então, meu primogênito não tinha se interessado em ir para o internato, agora teria que ir obrigatoriamente, pois já era hora de entrar na faculdade. É terrível dizer “tchau” para o fi lho e saber que vai vê-lo só depois de um ano! Nossos dois fi lhos mais novos também tiveram que ir para o internato, porque as escolas, aqui no Uruguai, têm aulas aos sábados e são muito secularizadas. A opção foi colocá-los no internato e buscá-los nos fi nais de semana.

No aspecto profi ssional também tive que lidar com mais uma perda. Não posso trabalhar aqui já que o governo local não aceita meus títulos. Para validá-los aqui teria que passar por um processo que dura três anos. Isso signifi ca que profissionalmente não sou nada aqui. Pode parecer bobagem, mas para uma mulher que sempre trabalhou, como eu, é uma grande decepção ver sua vida profi ssional desmoronar.

Diante desta realidade eu tinha duas opções: florescer ou murchar. Eu escolhi fl orescer! Não quero dizer que é fácil, porque não é. Mas só podemos trabalhar para Deus se amarmos a Ele antes de todas as outras coisas. Por isso vou florescer onde eu estou plantada, sem olhar os prejuízos aparentes da profissão e dos apegos familiares, pois sei que Deus tem coisas maravilhosas para mim e meus queridos.

Quero vencer as difi culdades que tenho que enfrentar a cada dia: não saber falar a língua local, adaptação com a comida,
saudade dos fi lhos e a aparente derrota profissional. Vou pregar o evangelho, vim para levar almas para Jesus e peço a
Ele todos os dias que me envie pessoas para estudar a Bíblia. Hoje eu sei porque estamos aqui. Já levamos 50 pessoas ao
batismo e estou trabalhando em um projeto da ADRA. Nesse projeto levo 20 crianças para a igreja todos os sábados, e elas
se maravilham ouvindo e cantando de Jesus, coisa que nunca tinham feito. Sei que para esta hora e para este tempo nasci,
e estou no lugar exato que Deus queria que eu estivesse. Se Ele deixou tudo, do melhor, para me salvar, eu não
posso deixar minhas miseráveis coisas por Ele?

Walkiria Vespa - Ela e seu esposo, pastor Marcelo Moreira, estão há dois anos no Uruguai. Eles têm três filhos: Lucas,de 19 anos, Daniel, 16 e Tiago, 14.

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