Quando falamos de discipulado, não podemos confiná-lo a um grupo de pessoas, pois a grande comissão tem alcance global. Tampouco podemos pensar que o seu objetivo é apenas manter os membros da igreja. Ele tem mais a ver com a ordem de Jesus em Mateus 28:19 e 20, de fazermos discípulos em todas as nações, batizando-os e ensinando-os a obedecer a Deus. Portanto, o discipulado tem um propósito de aprendizado e reprodução, como uma corrente que, elo após elo, se perpetua para o Reino de Deus. Cada uma de nós deve identificar em qual esfera de influência o Senhor nos colocou. Nem todas temos o dom de pregar, mas cada talento tem o seu potencial de fazer discípulos. De uma forma ou de outra, todas podemos ajudar pessoas a viverem uma vida de acordo com a vontade de Deus. E, como esposas de pastores, sempre temos oportunidades maravilhosas para exercer essa influência.
Perceba que o discipulado está intimamente relacionado à liderança. E quando falamos disso, um dos grandes exemplos que temos é o de Moisés. Designado por Deus para libertar e guiar o povo de Israel até a Terra Prometida, a sua história nos inspira em nosso objetivo de sermos discipuladoras. Mas eu queria que desviássemos o olhar para a sua esposa, Zípora. Sabemos muito pouco sobre ela, exceto por alguns textos bíblicos que a mencionam. No livro Patriarcas e Profetas, porém, Ellen White nos dá mais detalhes. Ela a descreve como “adoradora do verdadeiro Deus. Tinha disposição, era tímida, acanhada, e era gentil, afetuosa, e grandemente sen-sível à vista do sofrimento” (p. 276).
Durante a peregrinação de Israel no deserto, Zípora percebeu que seu esposo estava sobrecarregado, e prontamente “deu a conhecer seus temores a Jetro, que sugeriu medidas para o aliviarem” (p. 277).
Não é equivocado concluirmos que Zípora, sendo uma grande mulher, teve muita influência no sucesso de Moisés em sua missão de liderança. Minha amiga, nós temos, sim, um compromisso com o ministério dos nossos maridos; mas, antes de qualquer coisa, temos um compromisso com Deus. Precisamos ser mulheres de visão, tementes ao Senhor, bem dispostas, gentis, afetuosas e empáticas. Com a Sua ajuda e direção, podemos impactar a vida de muitas pessoas com quem nos relacionamos.
Alguns acreditam que o ministério é responsabilidade exclusiva dos pastores, mas a verdade é que se estende a todos os cristãos. O apóstolo Pedro escreveu: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9). Assim, desde a igreja primitiva, a norma era que cada crente exercesse seu próprio ministério em harmonia com seus dons espirituais.Para cumprir o discipulado, devemos, primeiro, consagrar-nos a Deus e viver uma vida de retidão e serviço. Então, com o nosso testemunho, precisamos ensinar e motivar pessoas, na nossa família, igreja e comunidade, a fazerem o mesmo. Devemos, também, ajudá-las a identificarem seus dons para usá-los na obra do Senhor. Como resultado, a igreja crescerá naturalmente.Eu desafio você, querida esposa de pastor, a viver esse ciclo de discipulado. De todo o seu coração, dedique seus dons e seu tempo a servir e testemunhar. Você tem muito a contribuir com a obra de Deus, e Ele honrará a sua decisão.